sexta-feira, 13 de junho de 2008

Pelo deserto do próprio ser...

Eu já vi e li muito sobre grandes viagens realizadas por homens comuns ou por grandes personagens da história.
Sonhei em fazer o mesmo. Colocar a velha mochila nas costas e sair sem rumo. Desacreditando em tudo: nas pessoas, nas instituições, nos sentimentos...
Buscar o conforto do não querer nada além de sobreviver. Um conforto...
Conforto? Isso mesmo. Conforto de ocupar minha mente com o necessário a barriga, ao corpo... e não me preocupar com o espírito. Me entregar de vez escravidão sas entranhas e não ter que refletir. Não ter que buscar respostas, não querer pensar nas perguntas.
Mas a necessidade do corpo não se separa das que alimentam a alma. E esses viajantes acabaram descobrindo que só podemos pensar em nossas questões pessoais dentro de nossa sociedade porque não vemos os outros. Não precisamos dos outros, ao menos cremos que não precisamos. Ao entrar na natureza selvagem percebem que a vida de um e de outro elemento que a compõe são indissociáveis. Percebe-se uma peça no quebra cabeça do mundo. Deixa de ser uma peça substituível dentro de uma engrenagem que se torna facilmente obsoleta. Se reconhece como um elemento essencial para o entendimento de uma complexa relação harmoniosa.
Para me entender tenho que ter compreensão da dimensão do outro. Da relação interativa entre o eu e o não-eu. Qual o meu papel e o qual o papel dos demais. Como eles se completam.
Sem isso seremos apenas depressivos.. angustiados... ansiosos... seres incompletos e incompreendidos por nós mesmos...

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